HISTÓRIA DA IGREJA

INTRODUÇÃO. Antes de adentrarmos no estudo dos vinte séculos em que a igreja de Cristo tem estado em atividade, veremos os grandes acontecimentos, os quais servem como divisória, e cada um deles assinala o término e início de uma época. Considerando cada um destes acontecimentos, sete ao todo, veremos que eles indicam os grandes períodos da História da Igreja. I. A pré-existência da IgrejaII. A Igreja apostólicaIII. As Perseguições ImperiaisIV. A Igreja ImperialV. A Igreja medievalVI. A Igreja ReformadaVII. A Igreja atual I. A PRÉ-EXISTÊNCIA DA IGREJAA) A ORIGEM DA IGREJA – A igreja de Cristo sempre existiu na mente e coração do Pai, desde antes da fundação do universo.Efésios 1 : 4 Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;I Pedro 1 : 20 O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós; B) A FUNDAÇÃO DA IGREJA – Efésios 3 : 9 E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo;A Igreja que antes era um mistério ” oculta em Deus ” fora revelada em Cristo, tornando-se o ” segredo de Deus ” conhecido aos homens. A expressão ” oculto em deus ” indica que a igreja esteve sempre na mente de Deus, e vindo a ser conhecida pelo ministério terreno de Jesus Cristo e o Espírito Santo. C) O NASCIMENTO DA IGREJA – A Igreja de Cristo iniciou sua história com um movimento de âmbito mundial, no dia de Pentecostes, cinqüenta dias após a ressurreição, e dez dias depois da ascensão do Senhor Jesus Cristo. O tríplice efeito do Pentecostes– Iluminou a mente dos discípulos- Compreenderam que o Reino não era político- Deveriam estar totalmente na dependência do espírito Santo  II. A IGREJA APOSTÓLICADesde a Ascensão de Cristo, 30 AD até o final do século ( 100 AD )A) O CRESCIMENTO DA IGREJA  – Atos 5 : 14 E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais. Atos 6 : 7 E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.A arma usada pela igreja, através da qual a igreja crescia demasiadamente, era o testemunho de seus membros. Enquanto aumentava o número de membros aumenta o número de testemunhas, pois cada membro era um mensageiro de Cristo.Os motivos desse crescimento foram:- Perseveravam na doutrina dos apóstolos- Perseveravam na comunhão e partir do pão- Perseveravam na oração- Possuíam temor- Muitos sinais e maravilhas se faziam- Muita alegria e sinceridade      A Igreja Pentecostal era uma igreja poderosa na fé e no testemunho, pura em seu caráter, e abundante no amor. Entretanto, o seu defeito era a falta de zelo missionário. Foi necessário o surgimento de severa perseguição, para que se decidisse a ir a outras regiões. B) A EXPANSÃO DA IGREJA – Atos 8 : 4 Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra. Na perseguição iniciada com a morte de Estevão, a igreja em Jerusalém dispersou-se por toda a terra. Alguns chegaram até Damasco e outros até a Antioquia.Por qual motivo sobreveio então as perseguições ?Marcos 16 : 15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.A partir desta perseguição, os cristãos fugiam, porém pregavam o evangelho e testemunhavam das maravilhas que Jesus operava. C) A ERA SOMBRIA – A última geração do primeiro século, a que vai do ano 60 ao 100 AD, chamamos de “Era Sombria”, em razão de as trevas da perseguição estarem sobre a igreja, e a falha de muitas informações sobre este período. Perseguição sob NeroNero chegou ao poder em 54, todos os que se opunham à sua vontade, ou morriam ou recebiam ordens de se suicidar.Assim estavam as coisas quando em 64 AD aconteceu o incêndio em Roma. Diz-se que foi Nero, quem ateou fogo à cidade, Contudo essa acusação ainda é discutível. Entretanto a opinião pública responsabilizou Nero por esse crime. Afim de escapar dessa responsabilidade, Nero apontou os cristãos como culpados do incêndio de Roma, e moveu contra eles tremenda perseguição. O fogo durou seis dias e sete noites e depois voltou a se acender em diversos lugares por mais três dias.- Milhares de cristãos foram torturados e mortos.- Muitos serviram de iluminação para a cidade, amarrados em postes e ateado fogo.- Muito foram vestidos com peles de animais e jogados para os cães.- Nesta época morreram :- Pedro – Crucificado em 67- Paulo – Decapitado em 68- Tiago – Apedrejado depois de ser jogado do alto do templo          Além de matá-los fê-los servir de diversão para o público. A Perseguição sob Domiciano     No ano 81 Domiciano sucedeu ao imperador Tito que invadira destruíra Jerusalém no ano 70. Com a destruição de Jerusalém Domiciano ordenou que todos os judeus deviam enviar à Roma as ofertas anuais, que eram enviadas a Jerusalém, estes, por sua vez não obedeceram, o que desencadeou a segunda perseguição, não somente aos judeus mas também aos cristãos.      Durante esses dias milhares de cristão foram mortos, especialmente em Roma e em toda a Itália. Nesta época o apóstolo João, que vivia em Éfeso, foi preso e exilado na ilha de Patmos, foi quando recebeu a revelação do Apocalipse. III. AS PERSEGUIÇÕES IMPERIAISEste período vai da morte do Apóstolo João, ano 100 AD até o Edito de Constantino, ano 313 AD. O fato de maior destaque na História da Igreja neste período foi, sem dúvida, as perseguições realizadas pelos Imperadores Romanos. Estas perseguições duraram até o ano 313 AD, quando Constantino, o primeiro Imperador Romano, ” cristão “, fez cessar todos os propósitos de destruir a Igreja.A de ressaltar que durante este período houve épocas em que as perseguições foram mais amenas. No início do segundo século, os cristãos já estavam radicados em todas as nações e em quase todas as nações, e alguns creem que se estendia até a Espanha e Inglaterra. O número de membros da comunidade cristã subia a muitos milhões. A famosa carta de Plínio ( Governador da Bitínia – hoje Turquia ) ao Imperador Trajano, declara que os templos dos deuses estavam quase abandonados, enquanto os cristãos em toda parte formavam uma multidão, e pertenciam a todas classes , desde a dos nobres, a até a dos escravos. Os Motivos das perseguições – O Paganismo em suas práticas aceitava as novas formas e objetos de adoração que iam surgindo, enquanto o Cristianismo rejeitava qualquer forma ou objeto de adoração.- A adoração aos ídolos estava entrelaçada com todos os aspectos da vida. As imagens eram encontradas em todos os lares, e até em cerimônias cívicas, para serem adoradas. Os cristãos, é claro, não participavam dessas formas de adoração. Por essa razão o povo considera os cristãos como ” Anti-social e ateus que não tinham deuses.- A adoração ao Imperador era considerada como prova de lealdade. Havia estátuas dos imperadores reinantes nos lugares mais visíveis para o povo adorar. Os cristãos recusavam-se a prestar tal adoração.- As reuniões secretas dos cristãos despertaram suspeitas. De praticarem atos imorais e criminosos, durante a celebração da Santa Ceia, eram vetada a entrada dos estranhos.- O Cristianismo considerava todos os homens iguais. Não havia distinção entre seus membros, nem em suas reuniões, por isso foram considerados como ” niveladores da sociedade “, portanto anarquistas, perturbadores da ordem social. Os PerseguidoresImperador Trajano 98 a 117 AD – Estabeleceu a Lei, que sendo cristão acusado de qualquer coisa e não negar fé, será castigado, não tendo acusação estão livres. Mandava crucificar e lançar às feras.Imperador Adriano 117 a 138 AD – Morreu em agonia, gritando, ” Quão desgraçado é procurar a morte e não encontrar “.Imperador Marco Aurélio 161 a 180 AD – Mandava decapitar e lançar às feras. Apesar de possuir boas qualidades como homem e governante justo, contudo foi acérrimo perseguidor dos cristãos. Opunha-se, pois, aos cristãos por considerá-los inovadores. Milhares foram decapitados e devorados pelas feras na arena. Os Imperadores acima mencionados, foram considerados como os ” bons imperadores “, nenhum cristão podia podia ser preso sem culpa definida e comprovada. Contudo, quando se comprovava acusações e os cristãos se recusavam a retratar-se, os governantes eram obrigados, a por em vigor a lei e ordenar a execução. Imperador Severo 193 a 211 AD – Mandava decapitar e lançar às feras. Iniciou uma terrível perseguição que durou até à sua morte em 211 AD. Possuía uma natureza mórbida e melancólica; era muito rigoroso na execução da disciplina. Tão cruel fora o espírito do imperador, que foi considerado por muitos como o anticristo. Imperador Décio 249 a 251 AD – Décio observava com inveja o poder crescente dos cristãos, e determinou reprimi-lo. Via as igrejas cheias enquanto os templos pagãos desertos. Por consequência, mandou que os cristãos tinham que se apresentar ao Imperador para comunicar e religião. Quem renunciava recebia um certificado, que não renunciava era considerado criminoso e conduzidos às prisões e sujeitos às mais horrorosas torturas. Imperador Diocleciano 305 a 310 – A última, a mais sistemática e a mais terrível de todas as perseguições deu-se neste governo. Em uma série de editos determinou-se que : – Todos os exemplares da Bíblia fossem queimados. – Todos os templos construídos em todo o império durante meio século, fossem destruídos. – Todos os pertencentes as ordens clericais fossem presos. – Ninguém seria solto sem negar o Cristianismo. – Pena de morte para quem não adorasse aos deuses. Prendiam os cristãos dentro dos templos e depois ateava fogo. Consta que o imperador erigiu um monumento com esta inscrição ” Em honra ao extermínio da superstição cristã “. Os Principais Mártires Inácio Provável discípulo de João, bispo em Antioquia, foi condenado no ano 107 AD por não adorar a outros deuses. Foi morto como mártir, lançado para as feras no anfiteatro romano, no ano 108 ou 110 enquanto o povo festejava. Ele estava disposto a ser martirizado, pois durante a viagem para Roma escreveu cartas às igrejas manifestando o desejo de não perder a honra de morrer por seu Senhor Policarpo Bispo em Esmirna, na Ásia Menor, morreu no ano 155. Ao ser levado perante o governador, e instado para abandonar a fé e negar o nome de Jesus, assim respondeu: ” Oitenta e seis anos o servi, e somente bens recebi durante todo o tempo, Como poderia eu agora negar ao meu Salvador ? Policarpo foi queimado vivo. Justino Mártir Era um dos homens mais competente de sue tempo, e um dos principais defensores da fé. Seus livros, que ainda existem, oferecem valiosas informações acerca da vida da igreja nos meados do segundo século. Seu martírio deu-se em Roma, no ano 166. Os Efeitos Produzidos pelas PerseguiçõesAs perseguições produziram uma igreja pura pois conservava afastados todos aqueles que não eram sinceros em sua confissão de fé. Ninguém se unia à igreja para obter lucros ou popularidade. Somente aqueles que estavam dispostos a ser fiéis até a morte, se tornavam publicamente seguidores de Cristo. A Igreja multiplicava-se. Apesar das perseguições ou talvez por causa delas, a igreja crescia com rapidez assombrosa. Ao findar-se o período de perseguição, a igreja era suficientemente numerosa para constituir a instituição mais poderosa do império. Apesar de considerarmos as perseguições o fato mais importante da História da Igreja, no segundo e terceiro séculos, contudo, fatos interessantes aconteceram neste período que devem ser observados. Vejamos : O Crescimento e a Expansão da Igreja O crescimento e a expansão da Igreja foi a causa da organização e da disciplina. A perseguição aproximou as Igrejas e exerceu influência para que elas se unissem e se organizassem. O aparecimento da heresias impôs, também, a necessidade de se estabelecerem alguns artigos de fé, e, com eles, algumas autoridades para executá-las. Outra característica que distingue esse período é sem dúvida, o desenvolvimento da doutrina. Na era apostólica a fé era do coração, uma entrega pessoal a vontade de Cristo. Entretanto no período que agora focalizamos, a fé gradativamente passara a ser mental, era uma fé do intelecto, fé que acreditava em um sistema rigoroso e inflexível de doutrinas. O credo Apostólico, a mais antiga e mais simples declaração da crença cristã, foi escrito durante esse período. Seitas e HeresiasJuntamente com o desenvolvimento da doutrina teológica, desenvolviam-se também as seitas, ou como lhes chamavam, as heresias na igreja cristã. Os cristãos não só lutam contra as perseguições , mas contra as heresias e doutrinas corrompidas. Os Gnósticos Do grego “Gnósis = Sabedoria, Conhecimento” Acreditavam que Deus Supremo é espírito absoluto e causa de todo bem, enquanto a matéria é completamente má criada por um ser inferior que é Jeová. O propósito é então escapar deste corpo que aprisiona o espírito. Afim de chegar a libertação, é necessário que venha um mensageiro do reino espiritual. Cristo. Cristo portanto não era matéria, possuía somente a natureza divina. Os Ebionitas Do hebraico que significa “Pobre” eram judeus-cristãos que insistiam na observância da lei e dos costumes judaicos. Rejeitavam as cartas escritas por Paulo. Eram considerados como apostatas pelo Judeus não convertidos. Os Maniqueus De origem persa, foram chamados por esse nome, em razão de seu fundador Ter o nome de Mani. Acreditavam que o universo compõe-se do reino das trevas e da luz e ambos lutam pelo domínio do homem. Rejeitavam a Jesus, porém criam em um “Cristo celestial”. IV. A IGREJA IMPERIAL     Desde o Edito de Constantino, 313 AD até à queda de Roma em 476 AD.No ano 305, quando Diocleciano abdicou o trono imperial, a religião cristã era terminantemente proibida, e aqueles que a professassem eram castigados com torturas e morte. Logo após a abdicação de Diocleciano, quatro aspirantes à coroa estavam em guerra.      Os dois rivais mais poderosos eram Majêncio e Constantino. Constantino afirmou ter visto no céu uma cruz luminosa com os seguintes dizeres: “Por este sinal vencerás”. Constantino ordenou que seus soldados empregassem para a batalha o símbolo que se conhece como ” Labarum “, e que consistia na superposição de duas letras gregas, X e P.      Em batalha travada sobre a ponte Mílvio, Constantino venceu o exercito de Majêncio e este morreu afogado caindo nas águas do rio. Após este vitoria Constantino fez aliança com Licínio e posteriormente com Maximino os outros dois pretendentes a coroa.      Em 323 AD, Constantino alcançou o posto supremo de Imperador, e o Cristianismo foi então favorecido. Os templos das Igrejas foram restaurados e novamente abertos em toda parte. Em muitos lugares os templos pagãos foram dedicados ao culto cristão. Em todo o império os templos pagãos eram mantidos pelo Estado, mas, com, a conversão de Constantino, passaram a ser concedido às Igrejas e ao clero cristão.      O Domingo foi proclamado como dia de descanso e adoração. Como se vê, do reconhecimento do Cristianismo como religião preferida surgiram alguns bons resultados, tanto para o povo como para a igreja:- As perseguições acabaram- A crucificação foi abolida- Templos restaurados e muitos construídos- O infanticídio foi reprimido- As lutas de gladiadores foram proibidas Apesar de os triunfos do Cristianismo haverem proporcionado boas coisas ao povo, contudo a sua aliança com o Estado, inevitavelmente devia trazer, como de fato trouxe, maus resultados para a igreja.- As Igrejas eram mantidas pelo Estado e seus ministros privilegiados, não pagavam impostos, os julgamentos eram especiais.- Iniciou-se as perseguições aos pagãos, ocorrendo assim muitas conversões falsas.- Todos queriam ser membros da Igreja e quase todos eram aceitos. Homens mundanos, ambiciosos e sem escrúpulos, todos desejavam postos na Igreja, para, assim obterem influência social e política.- Os cultos de adoração aumentaram em esplendor, é certo, porém eram menos espirituais e menos sinceros do que no passado.- Aos poucos as festas pagãs tiveram seus lugares na Igreja, porém com outros nomes. A adoração a Vênus e Diana foi substituída pela adoração a virgem Maria. As imagens dos mártires começaram a aparecer nos templos, como objeto de reverência. No ano 363 AD todos os governadores professaram o Cristianismo e antes de findar o quarto século o Cristianismo, foi virtualmente estabelecido como religião do Império. A Fundação de ConstantinoplaO Imperador Constantino compreendeu que a cidade de Roma estava intimamente ligada à adoração pagã, cheia de templos e estátuas pagãs. Ele desejava uma capital sob os auspícios da nova religião. Na nova capital, a igreja era honrada e considerada, não havia templos pagãos. Logo depois da fundação da nova capital, deu-se a divisão do império. As fronteiras eram tão grande que um imperador sozinho não podia defender seu vastíssimo território. As ControvérsiasA Primeira Controvérsia Apareceu por causa da doutrina da Trindade. O Presbítero Ario de Alexandria defendia a tese de que Jesus era superior aos homens porém inferior ao Pai, não admitia a existência eterna de Cristo. Seu principal opositor foi Atanásio também de Alexandria afirma a unidade de cristo com o Pai e sua divindade.Constantino não teve êxito em resolver a questão por isso convocou o concílio de Nicéia em 325 AD onde a doutrina de Ário foi condenada. A Controvérsia de Apolinário Apolinário era Bispo em Laodicéia quando declarou que a natureza divina tomou lugar da natureza humana de Cristo. Este Heresia foi condenada no Concílio de Constantinopla em 381 AD. A Controvérsia de Nestor Nestor era sacerdote em Antioquia quando se opôs a aplicação do termo ” Mãe de Deus “, a Maria, afirmou que as duas natureza de Cristo agiam em harmonia. No Concílio de Éfeso em 433 Nestor foi banido e suas obras foram queimadas e aprovado o termo ” Mãe de Deus ” O Desenvolvimento do poder na Igreja RomanaRoma reclamava para si autoridade apostólica. A Igreja de Roma era a única que declara poder mencionar o nome de dois apóstolo como fundadores, isto é, Pedro e Paulo. A organização da Igreja de Roma e bem assim seus dirigentes defendiam fortemente estas afirmações. Neste ponto há um contraste notável entre Roma e Constantinopla. Roma havia feito os imperadores, ao passo que os imperadores fizeram Constantinopla. Além disso Roma apresentava um Cristianismo prático. Nenhuma outra igreja a sobrepujava no cuidado para com os pobres, não somente com os seus membros , mas também entre os pagãos. Foi assim que em todo o ocidente o bispo de Roma, começou a ser considerado como autoridade principal de toda a igreja. Foi dessa forma que o Concílio Calcedônia, na Ásia Menor, no ano 451 AD, Roma ocupou o primeiro lugar e Constantinopla o segundo lugar. O Cristianismo VivoO Cristianismo dessa época decadente ainda era vivo e ativo. Devemos mencionar aqui alguns bispos e dirigentes da igreja nesse período que contribuíram para manter vivo o Cristianismo. Atanásio ( 296 – 373 ) Foi ativo defensor da fé no início do período. Já vimos como ele se levantou e se destacou na controvérsia de Ário; foi escolhido bispo de Alexandria. Cinco vezes exilado por causa da fé, mas lutou fielmente até o fim. Ambrósio ( 340 – 397 ) Foi eleito bispo enquanto ainda era leigo e nem mesmo batizado. Converteu-se posteriormente, repreendeu o próprio imperador (Teodósio) por causa de um ato cruel e mais tarde o próprio imperador o tratou com alta distinção. Foi autor de vários livros. João Crisóstomo ( 345 – 407 ) ” Boca de ouro ” em razão de sua eloquência inigualável, foi o maior pregador desse período. Chegou a ser bispo em Constantinopla. Entretanto, sua fidelidade, zelo reformador e coragem, não agradava à corte. Foi exilado e morreu no exílio. Jerônimo ( 340 – 420 ) Foi o mais erudito de todos. Estudou literatura e oratória em Roma. De seus numerosos escritos, o que teve maior influência foi a tradução da Bíblia para o latim, obra que ficou conhecida como Vulgata Latina, isto é, a Bíblia em linguagem comum, até hoje usada pela Igreja católica Romana. Agostinho ( 354 – 430 ) O nome mais ilustre desse período, bispo em Hipona na África. Escritor de vários livros sobre o Cristianismo e sobre a própria vida. Porém a fama e a influência de Agostinho estão nos seus escritos sobre a teologia cristã, da qual ele foi o maior expositor, desde o tempo de Paulo. V. A IGREJA MEDIEVALEste período vai desde a queda de Roma em 476 AD até a queda de Constantinopla, 1453 AD. PROGRESSO PAPALO termo “papa”, significa simplesmente “papai”, sendo, portanto, um termo de carinho e respeito, este termo era usado para qualquer bispo, sem importar se ele era de Roma. Como Roma era, pelo menos de nome, a capital do Império, a igreja e o bispo desta cidade logo se viram em posição de destaque. Quando os bárbaros invadiram o Império, a igreja de Roma começou a seguir um rumo bem diferente Constantinopla. No Ocidente, o Império desapareceu, e a igreja veio a ser a guardiã do que restava da velha civilização. Por isto, o papa, chegou a Ter grande prestígio e autoridade. Porém, enquanto que no Oriente duvidava-se de sua autoridade, em Roma e vizinhanças esta autoridade se estendia até além dos assuntos religiosos. Tudo isto nops mostra que em uma época em que a Europa estava em caos, o papado preencheu o vazio, proporcionando certa estabilidade. O período de crescimento do poder papal começou com o pontificado de Gregório I, o Grande, e teve o apogeu no tempo de Gregório VII, mais conhecido por Hildebrando. Hildebrando reformou o clero que se havia corrompido, elevou as normas de moralidade de todo o clero, exigiu celibato dos sacerdotes, libertou a igreja da influência do estado, podo fim à nomeação de papas pelos reis e imperadores. Hildebrando impôs a supremacia da igreja sobre o Estado. ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DO PAPADO A autoridade monárquica do papa, é fruto de um longo processo. De um bispo igual aos outros, o de Roma passa a ser o primeiro entre os demais e finalmente cabeça incontestável da Igreja. Vários papas de grande envergadura, dos quais devemos citar: Inocêncio (402-417); Celestino (422-432); Leão I (440-461); e Gregório I (590-604). 1. Até Constantino Os antigos autores católicos tenham insistido que a Igreja de Roma foi fundada por Pedro e que tenha tido uma linha de papas, vigários de Cristo, desde então. Oscar Cullmann, teólogo protestante, examina detalhadamente a questão de Pedro ter estado em Roma. Conclui que estava lá e lá foi martirizado. Nega entretanto que tenha fundado a Igreja ou passado seus direitos aos bispos subsequentes. A lista dos primeiros bispos consta destes nomes: Lino, Cleto ou Anacleto, Clemente (91-100), Evaristo, Alexandre(109-119), Sixto I (119-127), Telesforo (127-138), Higino (139-142), Pio I (142-157), Aniceto (157-168), Soter (168-177), Eleutero (177-193). Estas datas são aproximadas e temos poucas informações do seu pontificado. Vitor (193–202). Parece ser o primeiro a procurar estabelecer a autoridade papal além das fronteira de sua igreja.Cipriano. Bispo em Cartago durante o pontificado de Cornêlio e Estevão, contribuiu bastante para fortalecer a autoridade do bispo de Roma. Defendeu as reivindicações petrinas (Mt:16:18) sem entretanto colocar o papa sobre os demais bispos. Estevão (253-257). Procurou forçar as demais igrejas a seguir o costume romano quanto ao cálculo da data da páscoa.Um outro elemento que contribuiu para fortalecer a posição de Roma neste período foi a crescente prática das igrejas rurais ou de pequenas cidades serem relacionadas a alguma igreja em cidade grande ou incorporadas num sistema diocesano. Esta prática começou no II século como resultado do sistema missionário das igrejas mães. 2. De Constantino a Gregório MagnoA oficialização da Igreja trouxe em seu bojo rápido desenvolvimento hierárquico. Constantino se considerava bispo e até bispo dos bispos em coisas formais e até doutrinárias. Sem sua permissão não se pode reunir um sínodo. Roma surge como árbitro entre as igrejas. No conflito entre os arianos e Atanásio, este contribuiu para fortalecer Júlio por ter recorrido ao bispo de Roma, pedindo que convocasse um concílio. Esta e outras questões entre as igrejas do leste e da África foram exploradas pelos papas para fortalecer suas próprias posições. Assim questões religiosas seriam resolvidas pelo “sumo-pontífice”de religião e não pelos magistrados civis. Siricius (354-398). Conseguiu que um concílio realizado em Roma decretasse que nenhum bispo deve ser consagrado sem o conhecimento e consentimento do bispo de Roma. Mesmo que seja um decreto falso, é muito antigo e exerceu grande influência. Inocêncio I (402-417). Demonstrou grande ousadia em explorar as reivindicações de Roma, exigindo submissão universal a sua autoridade. Insistia que era a obrigação de todas as igrejas ocidentais se conformarem aos costumes de Roma. Celestino (422-432). Durante o exercício do seu papado foi resolvido a mui agitada questão do direito de apelar a Roma decisões nas províncias. Celestino manipulou as questões de uma maneira que sempre saía ganhando o prestígio de Roma, até o ponto de dispensar os cânones de um concílio geral. Leão I (440)-461). Homem humilde, insistia que era sucessor de Pedro e que não se pode infringir a autoridade deste. Conseguiu do jovem e fraco imperador Valentino III um edito em que este reconhece a primazia da sé de Pedro e insiste que ninguém pode agir sem a permissão desta sé. Gregório I (589-604). Possivelmente o maior papa deste período. filho de um senador, adotou o costume monástico. Pretendia ser missionário aos ingleses quando foi consagrado papa aos 49 anos de idade. Reclamou que Máximo foi eleito patriarca de Constantinopla no lugar de seu candidato e suspendeu todos os bispos que o consagraram sob pena de anátema de Deus e do apóstolo Pedro. Repreendeu o patriarca de Constantinopla por ter assumido o título de bispo ecumênico. A COROAÇÃO DE CARLOS MAGNOAbriu a história política e eclesiástica da Europa um novo período, no qual os dois poderes o civil e o papal aparecem intimamente ligados, em busca de ideal comum de poderio e domínio. Leão III (795-816). O período começa com Leão III assentado na cadeira pontificial. Foi ele quem colocou Carlos Magno como imperador no ano 800. Estevão IV (816-817). Este papa coroou o Rei Luiz o Pio, em Roma ato que elevou ainda mais a posição do papa. Gregório IV (827-844). Foi nos dias desse papa que apareceram falsos documentos a favor da prerrogativa papal. Gregório defendeu Roma contra os sarracenos. Nicolau I (858-867). Ascendeu a cadeira papal num momento de agitação e desordens, aproveitando-se dos documentos falsos a favor da absoluta soberania e irresponsabilidade do papado, procurou firmar os direitos de supremacia do papa e de sua juridição suprema. Adrião II (867-872). Trabalhou principalmente à sombra a influencia atingida pelo seu antecessor. João VIII (872-882). O maior problema durante o papado de Joao VIII foi a ameaça sarracena, forçando-o a pedir ao novo imperador Carlos a sua proteção, mas Carlos e o papa aceitou o tratado humilhante com os sarracenos. O período de 882 a 903 caracteriza-se pela torpe degradação do poder papal. O poder papal enfraqueceu-se notadamente. As eleições pontificiais feitas nesse período são memoráveis pela torpeza que as acompanhou. O papa Formoso subiu ao poder em 891 e, dois anos depois de sanguinolento pontificado, morreu, provavelmente envenenado. Estevão VI, foi aprisionado e morto. E depois foi eleito o Papa Marino, cujo pontificado durou apenas meses. João X, feito papa, procurou abrigar os atos de Estevão, e de fato abrigou muitos deles. Leão V, depois de um breve pontificado, foi morto por seu próprio capelão seu sucessor, Mas ao assassino coube o mesmo fim trágico, decorrido apenas oito meses. No período de 903 a 963 Com Sergio III, começa a influência perniciosa de uma aventureira de alta linhagem sobre o governo papal. De 936 a 956 o papado esteve sob influência de Alberico que nomeou quatro papas. Um filho do mesmo, sob o nome de João XIII, assumiu o ofício papal sendo o seu pontificado havido como um dos mais imorais e licenciosos. Este papa morreu assassinado. Otão, O Grande, fez sentir a sua interferência no papado em 983, com a convocação de um sínodo para depor o imoral João XIII e substituí-lo por Leão VIII. Durante este período, até 1073, foram nomeados vário papas e os imperadores ficaram no direito de nomear e controlá-los para evitar a dissolução completa do clero. Hildebrando (1073). Foi inquestionavelmente o maior estadista eclesiástico da Idade Media. Seu objetivo foi tornar um fato o domínio universal e absoluto do papado, e sua política subordinou-se completamente a este propósito. Este papa tomou o nome de Gregório VII. CONCÍLIO DE ROMA EM 1059 1- A nomeação do papa pelos bispos cardeais sancionada pelo clero cardeal e depois aprovada pelo clero inferior e os leigos. 2- Nenhum oficial da igreja, sob pretexto algum, pode aceitar benefício algum de qualquer leigo ou ser chamado a contar ou dar conta a jurisdição. 3- Nenhum cristão pode, assistir a missa rezada por padre de quem se sabia ter concubina, apesar da renhida oposição, Hildebrando executou a risco esses decretos. No entanto a vitoria de Hildebrando, nunca foi completa e permanente. Inocêncio III (1198-1216), aproveitou as prerrogativas papais afirmando umas e alargando outras. Foi durante seu papado que o poder papal, que evoluía gradativamente através dos séculos chegou ao auge. Ele foi o maior papa do século. DECLÍNIO DO PODER PAPAL Do século treze em diante começa o suave declínio do poder papal para o que concorreram fatos e circunstâncias históricas diferentes. 1- Com o século XIII desapareceu completamente o gosto pelas cruzadas.2- A corrupção constante na corte de Roma, o favoritismo e o mercantilismo que presidiam as decisões do Papa e da Curia, igualmente estimulava a dissidência.3- Á imoralidade dominava o clero.4- A cadeira papal era objeto de ambição mais desenfreada.5- A influência adquirida pelos franceses na Itália e Sicília após queda dos imperadores germânicos foi sobremodo prejudicial ao papado.      Bonifácio VII (1294-l303), subiu a cadeira pontifica no meio destas condições tão favoráveis ao papado, mas sem se adaptar a elas conservou aquele espírito de arrogância e mandonismo, muito característico de seus antecessores.     Em 1305, foi eleito um francês, Clemente V, como papa. Este não foi a Roma, mas estabeleceu sua corte Papal em Avignon e tornou se subserviente de Felipe rei da frança. Aqui, ele e seus sucessores todos franceses serviram durante setenta anos. Tão notório se tornaram as condições que os historiadores católicos estigmatizaram o período de cativeiro babilônico do papado. Em virtude da presença da corte papal de Roma em Avignon, na França, a Europa conseguiu muitas inimizades. O catolicismo dividiu-se, ficando uma parte com a França e outra com a Itália. Aparecem então dois papas um lançando maldições sobre o outro e cada qual julgando-se legítimo chefe da cristandade. Em 1408, houve uma conferência em Livorno, entre representantes dos dois papas e um ano depois reunia-se um concílio geral em Pisa. Discutida largamente a questão, ambos os papas foram declarados heréticos e excomungados. O concílio elegeu então a Papa, o cardeal de Milão que tomou o nome de Alexandre V. A questão não ficou resolvida, pois, três papas levantara-se disputando a cadeira pontifícia, cada um formando em torno de si um considerado número de admiradores.O pontificado de Nicolau V (l448-1455) foi notável, tendo sido construído nesse tempo o Vaticano e a Basílica de São Pedro, considerados como duas magnificas obras de arte. Talvez nesta época tenha-se resolvido o problema dos três papas. Inocêncio VIII (l484-l492). para melhorar a fortuna de seus filhos ilegítimos, pelejou contra Napoles e recebia tributo anual de Sultão, por manter seu irmão e rival na prisão em vez de envia-lo como cabeça de um exercito contra os inimigos da cristandade.Isto se deu numa época de ignorância, senão no período do renascimento literário e quando a Europa tinha entrado numa era de invenções e descobrimentos destinados a transformar a civilização. O estado de desmoralização em que a Igreja Romana se achava na véspera da reforma era um fato geralmente reconhecido. As Cruzadas Um grande movimento da Idade Média, sob a inspiração e mandado da igreja, foram as Cruzadas, que se iniciaram no fim do século onze. – A primeira cruzada foi anunciada pelo papa Urbano II, era composta de 275000 dos melhores guerreiros, para combater os Sarracenos que tinham invadido Jerusalém. Após grande batalha Jerusalém foi reconquistada. – A Segunda Cruzada foi convocada em virtude das invasões dos Sarracenos às províncias adjacentes ao reino de Jerusalém. Sob a influência de Luiz VII da França e Conrado III da Alemanha, um grande exército foi conduzido em socorro dos lugares reconhecido como santos. Enfrentara grandes dificuldades, mas obtiveram vitória. – A terceira Cruzada foi dirigida por Ricardo I ” Coração de Leão”, da Inglaterra e outros como; Frederico Barbarroxa, Filipe Augusto. Barbarroxa morrerá afogado e Filipe desentendeu-se com Ricardo I e voltou para França. A coragem de Ricardo I, sozinho, não foi suficiente para conduzir seu exército para Jerusalém. Contudo fez um acordo para que os cristãos tivessem direito a visitar o santo sepulcro.- A Quarta Cruzada foi um completo fracasso, porque causou grande prejuízo a igreja cristã. Os cruzados, se afastaram do propósito de conquistar a Terra Santa e fizeram guerra a Constantinopla, conquistaram-na e saquearam-na. Constantinopla ficou, posteriormente, a mercê dos inimigos. – Na Quinta Cruzada, Frederico II, conduziu um exército até a Palestina e conseguiu um tratado no qual as cidades de Jerusalém, Haifa, Belém e Nazaré, eram cedidas aos cristãos. Porém 16 anos depois a cidade de Jerusalém foi tomada pelos maometanos. – A Sexta Cruzada foi empreendida por São Luiz. Invadiu a Palestina através do Egito, mas não obteve êxito, foi derrotado pelos maometanos e libertado por uma grande soma . – A sétima Cruzada teve também a direção de São Luiz juntamente com Eduardo I. A rota escolhida foi novamente a África, porém São Luiz morreu e Eduardo I voltou para ocupar o trono na Inglaterra e a cruzada teve um fracasso total. Esta foi considerada a última Cruzada, porém houve outras de menor vulto. Início da Reforma Religiosa Cinco grandes movimentos de reformas surgiram na igreja; contudo, o mundo não estava preparado para recebê-los, de modo que foram reprimidos com sangrentas perseguições. Os Albigenses “Puritanos” surgiram em 1170 no sul da França. Eles rejeitavam a autoridade da tradição, distribuíam o Novo Testamento e opunham-se às doutrinas romanas do purgatório, à adoração de imagens e às pretensões sacerdotais. O papa Inocêncio III, promoveu uma grande perseguição contra eles, e a seita foi dissolvida com o assassinato de quase toda a população da região. Os Valdenses Apareceram ao mesmo tempo, em 1170, com Pedro Valdo, que lia, explicava e distribuía as Escrituras, as quais contrariavam os costumes e as doutrinas dos católicos romanos. Foram cruelmente perseguidos e expulsos da França; apesar das perseguições, eles permaneceram firmes, e atualmente constituem uma parte do pequeno grupo de protestante na Itália. João Wyclif Nascido em 1324, Recusava-se a reconhecer a autoridade do papa e opunha-se a ela. Era contra a doutrina da transubstanciação, considerando o pão e o vinho meros símbolos. Traduziu o Novo testamento para o Inglês e seus seguidores foram exterminados por Henrique V. João Huss Nascido em 1369 foi um dos leitores de Wyclif, pregou as mesmas doutrinas, e especialmente proclamou a necessidade de se libertarem da autoridade papal. Foi excomungado pelo papa, e então retirou para algum esconderijo desconhecido. Ao fim de dois ano voltou a convite da igreja para participar de um concílio católico-romana de Constança, sob a proteção de um salvo-conduto. Entretanto, o acordo foi violado sob o pretexto de que “Não se deve ser fiel a hereges”. Assim João Huss foi condenado e queimado. Jerônimo Savonarola Nascido em 1452 foi monge Dominicano, em Florença. A grande catedral enchia-se de multidões ansiosas, não só de ouvi-lo, mas também para obedecer aos seus ensinos. Pregava contra os male sociais, eclesiásticos e político de seu tempo. Foi preso, condenado e enforcado e seu corpo queimado na praça de Florença em 1498. A Queda de Constantinopla A queda de Constantinopla, em 1453, foi assinalada como linha divisória entre os tempos medievais e os tempos modernos. Província após província do grande império foi tomada, até ficar somente a cidade de Constantinopla, que finalmente, em 1453, foi tomada pelos turcos sob as ordens de Maomé II. O templo foi transformado em mesquita. Constantinopla ( Istambul ) tornou-se a capital do Império Turco e assim terminou também o período da Igreja Medieval. Resumo da Apostasia Mencionaremos algumas das doutrinas que não tem apoio nas Escrituras Sagradas, e quando foram implantadas na igreja. Ano Doutrina 310 Reza pelos defuntos, 320 Uso de Velas, 375 Culto dos santos, 431 Culto à virgem Maria, 503 Obrigatoriedade de se beijar os pés do papa, 850 Uso da água benta, 993 Canonização dos Santo, 1073 Celibato Sacerdotal, 1184 Instituição da Santa Inquisição, 1190 Venda de Indulgências, 200 Substituição do pão pela hóstia, 1215 Dogma da transubstanciação, 1229 Proibição da leitura Bíblica, 1316 Instituição da reza à Ave Maria, 1546 Introdução dos livros apócrifos, 1870 Dogma da inefabilidade papal, 1950 Ascenção de Maria.  VI. A IGREJA REFORMADADesde a Queda de Constantinopla, 1453 Até ao Fim da Guerra dos Trinta Anos, 1648 A Reforma na Alemanha.      Neste período de duzentos anos, o grande acontecimento foi a Reforma; iniciada na Alemanha, e teve como resultado o estabelecimento de igrejas nacionais que não prestavam obediência nem fidelidade a Roma. Anotemos algumas das forças que conduziram à Reforma e ajudaram o seu progresso. Uma dessas forças foi, o movimento conhecido como Renascença, ou despertar da Europa para um novo interesse pela literatura, pelas artes e pela ciência, isto é, a transformação dos métodos e propósitos medievais em métodos modernos.      A maioria dos estudiosos italianos desse período eram homem destituídos de vida religiosa; até os próprios papas dessa época destacavam-se mais por sua cultura do que pela fé. No norte dos Alpes, na Alemanha, na Inglaterra, e na França o movimento possuía sentimento religioso, despertando novo interesse pelas Escrituras, pelas línguas grega e hebraica, levando o povo a investigar os verdadeiros fundamentos da fé, independente dos dogmas de Roma. Por toda parte, de norte a sul, a Renascença solapava a igreja católica romana.      A invenção da imprensa veio a ser um arauto e aliado da Reforma que se aproximava. A imprensa possibilitou o uso comum das Escrituras, e incentivou a tradução e a circulação da Bíblia em todos os idiomas da Europa. As pessoas que liam a Bíblia, prontamente se convenciam de que a igreja papal estava muito distanciada do ideal do Novo Testamento. Os novos ensinos dos Reformadores, logo que eram escritos, também eram logo publicados em livros e folhetos, e circulavam aos milhões em toda a Europa.      O patriotismo dos povos começou a manifestar-se, mostrando-se inconformados com a autoridade estrangeira sobre suas próprias igrejas nacionais; resistindo à nomeação de bispos, abades e dignitários da igreja feitas por um papa que vivia em um pais distante.      A data exata fixada pelos historiadores como início da grande Reforma foi registrada como 31 de outubro de 1517. Na manhã desse dia, Martinho Lutero afixou na porta da Catedral de Wittenberg um pergaminho que continha noventa e cinco teses ou declarações, quase todas relacionadas com a venda de indulgências; porém em sua aplicação atacava a autoridade do papa e do sacerdócio. Os dirigentes da igreja procuravam em vão restringir e lisonjear Martinho Lutero. Ele, porém, permaneceu firme, e os ataques que lhe dirigiam, apenas serviram para tornar mais resoluta sua oposição às doutrinas não apoiadas nas Escrituras Sagradas.      Após longas e prolongadas controvérsias e a publicação de folhetos que tornaram conhecidas as opiniões de Lutero em toda a Alemanha, seus ensinos foram formalmente condenados. Lutero foi excomungado por uma bula do papa Leão X, no mês de junho de 1520. Pediram então ao eleitor Frederico da Saxônia que entregasse preso Lutero, a fim de ser julgado e castigado. Entretanto, em vez de entregar Lutero, Frederico deu-lhe ampla proteção, pois simpatizava com suas idéias. Martinho Lutero recebeu a excomunhão como um desafio, classificando-a de “bula execrável do anticristo”. No dia 10 de dezembro, Lutero queimou a bula, em reunião pública, à porta de Wittemberg, diante de uma assembléia de professores, estudantes e do povo. Juntamente com a bula, Lutero queimou também cópias dos cânones ou leis estabelecidas por autoridades romanas. Esse ato constituiu a renúncia definitiva de Lutero à igreja católica romana.      Em 1521 Lutero foi citado a comparecer ante a do Concílio Supremo do Reno. O novo imperador Carlos V concedeu um salvo-conduto a Lutero, para comparecer a Worms. Apesar de advertido por seus amigos de que poderia ter a mesma sorte de João Huss, que nas mesmas circunstâncias, no Concílio de Constança, em 1415, apesar de possuir um salvo-conduto, foi morto por seus inimigos, Lutero respondeu-lhes: “Irei a Worms ainda que me cerquem tantos demônios quantas são as telhas dos telhados.” Finalmente, no dia 17 de abril de 1521 Lutero compareceu ao Concílio. Em resposta a um pedido de que se retratasse, e renegasse o que havia escrito, após algumas considerações respondeu que não podia retratar-se, a não ser que fosse desaprovado pelas Escrituras e pela razão, e terminou com estas palavras: “Aqui estou. Não posso fazer outra coisa. Que Deus me ajude. Amém.” Instaram com o imperador Carlos para que prendesse Lutero, apresentando como razão, que a fé não podia ser confiada a hereges. Contudo, Lutero pôde deixar Worms em paz.      Enquanto viajava de regresso à sua cidade, Lutero foi cercado e levado por soldados do eleitor Frederico para o castelo de Wartzburg. Ali permaneceu durante um ano, enquanto as tempestades de guerra e revoltas rugiam no império. Entretanto, durante esse tempo, Lutero não permaneceu ocioso; nesse período traduziu o Novo Testamento para a língua alemã, obra que por si só o teria imortalizado, pois essa versão é considerada como o fundamento do idioma alemão escrito. Isto aconteceu no ano de 1521. O Antigo Testamento só foi completado alguns anos mais tarde. Ao regressar do castelo de Wartzburg a Wittenberg, Lutero reassumiu a direção do movimento a favor da igreja Reformada, exatamente a tempo de salvá-la de excessos extravagantes.     Em 1529 a Dieta reuniu-se na cidade de Espira, com o objetivo de reconciliar as partes em luta. Nessa reunião da Dieta os governadores católicos, que tinham maioria, condenaram as doutrinas de Lutero. Os príncipes resolveram proibir qualquer ensino do luteranismo nos estados em que dominassem os católicos. Ao mesmo tempo determinaram que nos estados em que governassem luteranos, os católicos poderiam exercer livremente sua religião. Os príncipes luteranos protestaram contra essa lei desequilibrada e odiosa. Desde esse tempo ficaram conhecidos como protestantes, e as doutrinas que defendiam também ficaram conhecidas como religião protestante. A Contra-Reforma Logo após haver-se iniciado o movimento da Reforma, um poderoso esforço foi também iniciado pela igreja católica romana no sentido de recuperar o terreno perdido, para destruir a fé protestante e para enviar missões a países estrangeiros. Esse movimento foi chamado Contra-Reforma.  VII. A IGREJA ATUAL      Nos últimos três séculos, nossa atenção dirigir-se-á especialmente para as igrejas que nasceram da Reforma. Pouco depois da Reforma apareceram três grupos diferentes na igreja inglesa: – Os elementos romanistas que procuravam fazer amizade e nova união com Roma; – O anglicanismo, que estava satisfeito com as reformas moderadas estabelecidas nos reinados de Henrique VIII e da rainha Elisabete; – E o grupo protestante radical que desejava uma igreja igual às que se estabeleceram em Genebra e Escócia. Este último grupo ficou conhecido, cerca do ano de 1654, como “os puritanos”, e opunha-se de modo firme ao sistema anglicano no governo de Elisabete, e por essa razão muitos de seus dirigentes foram exilados.      Do movimento iniciado pelos puritanos surgiram três igrejas, a saber, a Presbiteriana, a Congregacional, e a Batista.      Nos primeiros cinquenta anos do século dezoito, as igrejas da Inglaterra, a oficial e a dissidente, entraram em decadência. Os cultos eram formalistas, dominados por uma crença intelectual, mas sem poder moral sobre o povo. A Inglaterra foi despertada dessa condição, por um grupo de pregadores sinceros dirigidos pelos irmãos João e Carlos Wesley e Jorge Whitefield. Dentre os três, Whitefield era o pregador mais poderoso, que comovia os corações de milhares de pessoas, tanto na Inglaterra como na América do Norte. Carlos Wesley era o poeta sacro, cujos hinos enriqueceram a coleção hinológica a partir de seu tempo. João Wesley foi, sem dúvida alguma, o indiscutível dirigente e estadista do movimento. Na idade de trinta e cinco anos, quando desempenhava as funções de clérigo anglicano, João Wesley encontrou a realidade da religião espiritual entre os morávios, um grupo dissidente da igreja Luterana.      Em 1739 Wesley começou a pregar “o testemunho do Espírito” como um conhecimento pessoal interior, e fundou sociedades daqueles que aceitavam seus ensinos. A princípio essas sociedades eram orientadas por dirigentes de classes, porém mais tarde Wesley convocou um corpo de pregadores leigos para que levassem as doutrinas e relatassem suas experiências em todos os lugares, na Grã-Bretanha e nas colônias norte-americanas. Os seguidores de Wesley foram chamados “metodistas”, e Wesley aceitou sem relutância esse nome. Na Inglaterra foram conhecidos como “metodistas wesleyanos”, e antes da morte de seu fundador, contavam-se aos milhares.       A Igreja da Inglaterra (Episcopal), foi a primeira religião protestante a estabelecer-se na América do Norte. Em 1579 realizou-se um culto sob a direção de Sir Francis Drake, na Califórnia. O estabelecimento permanente da igreja inglesa data de 1607, na primeira colônia inglesa em Jamestown, na Virginia. A Igreja da Inglaterra era a única forma de adoração reconhecida no início, na Virgínia e em outras colônias do sul.A igreja, nos Estados Unidos, tomou o nome oficial de Igreja Protestante Episcopal. O crescimento da igreja Episcopal desde então tem sido rápido e constante. Atualmente conta quase três milhões e meio de membros.      A igreja Episcopal reconhece estas três ordens no ministério: bispos, sacerdotes e diáconos, e aceita quase todos os trinta e nove artigos da Igreja da Inglaterra, modificados para serem adaptados à forma de governo norte-americano. Sua autoridade legislativa está concentrada em uma convenção geral que se reúne cada três anos. Trata-se de dois corpos, uma câmara de bispos e outra de delegados clérigos e leigos eleitos por convenções nas diferentes dioceses.      Uma das maiores igrejas existentes na América do Norte é a denominação Batista, a qual conta com mais de vinte milhões de membros. Seus princípios distintivos são dois: (1) Que o batismo deve ser ministrado somente àqueles que confessam sua fé em Cristo; por conseguinte, as crianças não devem ser batizadas. (2) Que a única forma bíblica do batismo é a imersão do corpo na água, e não a aspersão ou derramamento.      Os batistas são congregacionais em seu sistema de governo. Cada igreja local é absolutamente independente de qualquer jurisdição externa, fixando suas próprias regras. Não possuem uma Confissão de Fé nem catecismo algum para instruir jovens acerca de seus dogmas. Contudo, não há no país igreja mais unida em espírito, mais ativa e empreendedora em seu trabalho e mais leal aos seus princípios, do que as igrejas batistas.      Surgiram os batistas pouco depois da Reforma, na Suíça, e espalharam-se rapidamente no norte da Alemanha e na Holanda. No princípio foram chamados anabatistas, porque batizavam novamente aqueles que haviam sido batizados na infância. Na Inglaterra, a princípio, estavam unidos com os independentes ou congregacionais, mas pouco a pouco tornaram-se um corpo independente. Com efeito, a igreja de Redford, da qual João Bunyan era pastor, cerca do ano 1660, e que existe até hoje, considera-se tanto batista como congregacional.      Na América do Norte a denominação batista iniciou suas atividades com Roger Williams, clérigo da Igreja da Inglaterra expulso de Massachusetts porque se recusou a aceitar as regras e opiniões congregacionais. Roger fundou a colônia de Rhode Island, em 1644. Ali todas as formas de adoração religiosa eram permitidas, e os membros de religiões perseguidas em outras partes eram bem-vindos. De Rhode Island os batistas espalharam-se rapidamente por todo o continente.      Depois da Reforma iniciada por Martinho Lutero, as igrejas nacionais que se organizaram na Alemanha e nos países escandinavos tomaram o nome de luteranas. No início da história da colonização holandesa da Nova Amesterdã, hoje Nova lorque, que se supõe haja sido em 1623, os luteranos, ainda que da Holanda, chegaram a essa cidade. Em 1652, solicitaram licença para fundar uma igreja e contratar um pastor. Entretanto, as autoridades da Igreja Reformada da Holanda opuseram-se a esse desejo, e fizeram com que o primeiro ministro luterano voltasse à Holanda, em 1657. Os cultos continuaram a ser realizados, embora não oficialmente. Contudo, em 1664, quando a Inglaterra conquistou Nova Amsterdã, os luteranos conseguiram liberdade de culto.     AS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL De 1910 até os dias atuais      A maior igreja pentecostal de todos os tempos foi fundada a 18 de junho de 1911 na cidade brasileira de Belém, capital do estado do Pará. Toda a sua história está marcada por fatos sobrenaturais, acontecimentos evidenciadores da presença do Espírito Santo, o que a coloca como fiel e digna sucessora da igreja nascida no Dia do Pentecoste.      Os missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, este ex-pastor da Swedish Baptist Church, (Igreja Batista Sueca), de Menominee, Michigan, EUA, foram os apóstolos tomados por Deus para o lançamento das primeiras sementes, o Senhor os aproximou por ocasião de uma convenção de igrejas batistas reavivadas, em Chicago, quando sentiram o chamado para terras distantes. Em mensagem profética, o Senhor lhes falou, mais tarde, na cidade de South Bend, quando pela primeira vez ouviram o nome “Pará”. Consultaram um mapa e souberam, então, que se tratava de uma “Província” (estado) do Brasil. Empreenderam uma jornada em que muitos acontecimentos surpreendentes se verificaram, constituindo todos eles evidentes provas de que Deus lhes testava a fé. A 5 de novembro de 1910, os dois suecos deixavam Nova lorque, a bordo do navio “Clement”, oportunidade em que promoveram a evangelização dos tripulantes e passageiros, registrando-se algumas decisões para Cristo. A chegada a Belém do Pará deu-se a 19 de novembro.      Alojados no porão da Igreja Batista, na rua Balby n.406, permaneciam muitas horas em orações, suas vidas no altar de Deus. E, tão logo começaram a falar em língua portuguesa, iniciaram trabalho evangelístico, enquanto doutrinavam a respeito do batismo como Espírito Santo. Na pequena igreja opunham-se alguns com grande resistência, aos ensinos dos dois missionários.      A 8 de junho de 1911, Celina Albuquerque recebia o batismo com o Espírito Santo e, no dia seguinte Maria Nazaré, sua irmã, tinha a mesma experiência espiritual. Juntamente com elas, outros membros e congregados foram expulsos do templo e organizavam, a 18 de junho de 1911, na residência de Henrique Albuquerque, no bairro da Cidade Velha, Belém, a primeira igreja no mundo a adotar a denominação de Assembléia de Deus. Gunnar Vingren foi, então, aclamado pastor da igreja. Sucederam-no os pastores Samuel Nystron, Nels Julius Nelson, Francisco Pereira do Nascimento, José Pinto Menezes, Alcebíades Pereira Vasconcelos e Firmino Assunção Gouveia.      Da igreja pioneira de Belém irradiou-se a obra pentecostal a todas as regiões do Brasil, vindo a corresponder, a partir de 1960, a 70% no quadro do evangelismo nacional. As Assembleias de Deus congregam 50 por cento dos evangélicos brasileiros, predominando nas zonas rurais e no interior, procurando alcançar, sobretudo, as classes sociais mais humildes.      Durante algumas décadas solitárias na aceitação da doutrina pentecostal, as  Assembleias de Deus constituíam uma minoria cruelmente perseguida. Nas pequenas cidades, o clero católico romano, dominante e implacável, contava sempre com o apoio de autoridades arbitrárias que fechavam templos e agrediam e aprisionavam os membros da igreja. Muitas vezes eram os crentes alvo de pistoleiros, que feriam e matavam, ocasiões em que costumavam ocorrer impressionantes interferências divinas. Estas levaram muitos inimigos a se curvarem a Cristo, aceitando a mensagem da Bíblia Sagrada. Fazendeiros, pequenos comerciantes, operários hostis ao Evangelho foram sendo tocados pelo poder de Deus e hoje predominam, ao lado dos primeiros profissionais liberais, militares e funcionários públicos que passam a aceitar que a concessão dos dons espirituais não se circunscreve aos dos dias apostólicos, mas alcança os homens de todos os séculos, depois que Jesus prometeu enviar o Consolador.      Dezenas de milhares de membros das igrejas conservadoras (batistas, presbiterianas, metodistas e outras) buscam atualmente o batismo com o Espírito Santo e experimentam um avivamento sem precedentes. Enquanto as denominações tradicionais em sua maioria, estacionam ou decrescem em número de fiéis e de templos, os pentecostais inclusos os avivados, (como são conhecidos os não integrantes das Assembleias de Deus) crescem em todos os sentidos. As igrejas que creem nos dons espirituais, e os buscam, constroem dezenas e dezenas de templos, alguns com capacidade para milhares de pessoas. As Assembleias de Deus se deslocam dos subúrbios e das fazendas para o centro das grandes cidades.      A obra missionária é também enfatizada em várias igrejas. A Assembléia de Deus em São Cristóvão, Rio de Janeiro, destaca-se neste trabalho. É responsável pelo envio de missionários a vários países da América do Sul e à África. Outras igrejas, como a de Madureira, RJ; Belém e Brás, bairros da cidade de São Paulo; Santo André, SP; Belém, PA, de estados do Sul e alguns da região nordeste, também participam do esforço missionário, que se torna a paixão de muitos homens e mulheres.Na literatura, destacam-se os nomes de Emilio Conde, que durante vários anos dirigiu, como jornalista, os órgãos de divulgação das Assembleias de Deus no Brasil e representou a igreja em congressos internacionais, e de O.S. Boyer, o mais prolífero autor pentecostal radicado em terras brasileiras.      A forma de governo das Assembleias de Deus é congregacional, isto é, cada assembléia governa-se a si mesma e age de forma independente, ao mesmo tempo que mantém comunhão com as demais assembleias. As igrejas locais unem-se umas às outras por meio de doutrinas e práticas mutuas que as levam a cooperar em favor dos interesses gerais e do Distrito. Os dirigentes da assembleias locais, dos Concílios Distritais e do Concílio Geral têm poderes limitados na esfera da administração e são considerados como servidores da organização. Eles exercem funções eficientes de assessoramento dos ministros e das igrejas. As assembleias locais têm certa dependência da organização, até que alcancem o crescimento suficiente que justifique seu reconhecimento como assembleias independentes. Recebem, então, auxílio para organizarem seus estatutos, e podem dispor de assessores experimentados por parte dos dirigentes do Distrito, quando isso for necessário. O caráter da organização das Assembleias de Deus foi descrito por um ministro presbiteriano, o qual declarou que na organização predomina o mesmo espírito que predominava na primitiva igreja wesleyana. Contudo, existe alguma diferença, pois as Assembleias de Deus não só ensinam a necessidade do novo nascimento e a santificação pessoal, mas também ensinam o privilégio de se receber o batismo pessoal do Espírito Santo, a plenitude pentecostal. Esse batismo é acompanhado pelos mesmos sinais mencionados no livro dos Atos dos Apóstolos, isto é, o falar em outras línguas, segundo o Espírito. Possivelmente noventa por cento dos membros afirmam haver recebido a promessa do Novo Testamento, e os dez por cento restantes creem nela firmemente.